Qual a diferença prática entre Radiestesia e Feng Shui?
Recentemente fizemos um evento sobre “A Conscientização do Poder do CHI” e um dos convidados, Miguel, me fez uma pergunta muito interessante, que, até o momento, não havia de fato correlacionado com o Feng Shui. A pergunta foi: qual a diferença entre Radiestesia e Feng Shui? Apesar de ter feito cursos sobre Radiestesia (e Radiônica) muitos anos atrás, tinha “deixado” essa aplicação de lado, para me dedicar aos estudos do Feng Shui e de outras ciências metafísicas chinesas…
Por essa razão, achei muito propício escrever um breve texto, contando um pouco de cada uma dessas ciências, tanto para esclarecer melhor o convidado, quanto para quem mais se interessar.
A Radiestesia é uma ciência mais antiga do que o Feng Shui, estima-se que nasceu cerca de 9000 a.C. Há referência de uso pelos egípcios e outras civilizações antigas. A China também se utilizou muito desse conhecimento (há 4200 a.C.) para descobrir jazidas minerais, fontes de água, entre outros. No entanto, começou a ganhar “nome” e ter um registro a partir do séc. XIX. Efetivamente, no século XX que foi reconhecida como “Radiestesia”, quando ampliaram as pesquisas de subsolo e os tipos de testes. Nessa época mais recente que conseguiram comprovar que tanto o corpo humano, quanto as plantas e animais, são espécies que funcionam como “estação de rádio, enviando mensagens e recebendo”.
A Radiestesia é a arte de “perceber e se sensibilizar” com as radiações. Pela radiestesia, todos os corpos emitem ondas vibracionais que podem ser “detectadas”, bem como as rochas, por meio de suas formações morfológicas, mais comumente identificadas pelos instrumentos: pêndulo, pirâmide, dual-rod, aurameter, forquilha, lobo-antena de Hartmann, antena de lecher, biômetro de bovis. Entre suas principais aplicações estão os estudos sobre: prospecção hidromineral, pesquisas agrícolas e geobiológicas e emissão de ondas eletromagnéticas.
O Feng Shui, por sua vez, data de aproximadamente 5000 anos até formar o conceito mais recente há cerca de 1000 anos. É uma ciência metafísica chinesa, baseada em “cálculos”. A essência do seu conceito é FENG + SHUI, que representa: a energia que é captada pelas montanhas, levada pelo vento e para na água. Era usada na antiguidade para escolher túmulos para os imperadores. Acreditava-se que dependendo do local em que a pessoa fosse enterrada, o “mausoléu” captaria uma determinada qualidade de energia das montanhas e beneficiaria aquela geração no poder, por meio dos seus descendentes (é usada até hoje por várias famílias poderosas pelo mundo). Posteriormente foi usada como estratégia de guerra, e depois ainda para melhorar a qualidade de vida dos imperadores de um modo geral, por meio do estudo sobre a região, os palácios e a localização das portas e cômodos escolhidos. Baseia-se na energia emanada do cosmo e como ela é coletada pelo ambiente. Resumidamente, é detectar a energia mais favorável de um ambiente, fazer essa energia “circular” e potencializar o quanto possível para se beneficiar dela.
Lembrando que o histórico de Feng Shui foi distorcido ao longo dos tempos. Principalmente no Ocidente. As escolas do Feng Shui Clássico (que nós utilizamos) foram recentemente divulgadas para a sociedade em geral (pois ficaram retidas nas mãos dos feng-shui-mestres dos imperadores e apena nos últimos séculos decifradas por estudiosos no assunto). Por isso, teve tempo de o Feng Shui ser “popularizado de forma mística”. A maioria das pessoas acredita ainda, que Feng Shui é tudo que tem na casa/imóvel, creem que todas as coisas que podem trazer bem-estar estão associadas a “feng shui”, como pintar uma parede de determinada cor, colocar uma planta, a cor do piso, o quadro, objetos pessoais e religiosos, os tipos de móveis usados…Saiba, que tudo isso é “importante para levar ao bem-estar pessoal”, e que muito disso é objeto de estudo de outras ciências, mas não é FENG SHUI! Feng Shui é o estudo sobre a forma de coleta da energia macro (cosmos) e como ela foi ou poderá ser armazenada no ambiente, principalmente em relação a parte construída. E cada ambiente externo + interno tem um correspondente de energia. Para se ter uma ideia, o Baguá (contendo oito triagramas, popularmente conhecido como “símbolo da representação do Feng Shui”, conforme foto) é uma das principais ferramentas de estudo usadas por outras escolas de Feng Shui. E na escola clássica ele é uma, entre muitas utilizadas nos cálculos.
Tecnicamente a diferença entre Radiestesia e Feng Shui, em relação ao ser-humano e onde ele vive, é que enquanto a Radiestesia procura localizar pontos de energia que podem “desestabilizar, adoentar, desequilibrar” uma pessoa e quais instrumentos poderiam ser utilizados para amortizar ou evitar esse efeito (a exemplo, gráficos radiestésicos ou mudança de um móvel, como cadeira, sofá, cama, etc.), o Feng Shui visa encontrar tanto os pontos favoráveis quanto os desfavoráveis de um local. A técnica usada no Feng Shui é cálculo, contando com um único instrumento (bússola), enquanto a Radiestesia utiliza vários instrumentos e gráficos quando necessários. O Feng Shui analisa uma energia mais “macro”, enquanto a radiestesia, uma energia mais “pontual”. Ambos são usados para beneficiar, principalmente, as pessoas. Mais as técnicas são diferentes e o formato da utilização também. Um independe do outro, por terem funções diferentes.
Pat Piquera – Consultora de Feng Shui, BaZi, Qi Men Dun Jia e Seleção de Datas Personalizadas