Quem planta superstição, não colhe Feng Shui
… Vamos falar da China Antiga, onde quem detinha a informação detinha o poder.
As Dinastias e seus respectivos imperadores tinham como assessores sábios mestres de Feng Shui, que entre muitas orientações, informavam o momento da plantação e a hora da colheita, sem mencionar as vastas aplicações que compõem os estudos do Feng Shui Clássico.
Por milênios esse poderoso conhecimento ficou nas mãos dos imperadores. E, os camponeses, em sua maioria analfabetos, quando tiveram a oportunidade de ter acesso a “esse conhecimento” não conseguiam entender de fato esses textos. Os poucos livros antigos de Feng Shui eram escritos em forma de parábolas. Se já são complexos hoje, imagina naquela época?
A aplicação do Feng Shui ao longo do tempo foi ganhando muitos formatos, a maioria acabou absorvendo ritualísticas religiosas – crenças e superstições de quem não compreendia muito bem o ensinamento original do Feng Shui.
Na década de 90, o Feng Shui começou a “invadir” o Ocidente e ganhou ao longo dos anos uma relevância cada vez maior. Mas de “carona”, vieram superstições e a mistura de conceitos de outros estudos Metafísicos.
Para a maioria das pessoas, se comentamos a palavra “Feng Shui”, elas logo associam à “Decoração”, o Feng Shui se transformou em um tema que se distanciou de sua raiz clássica.
Ao entrar em uma casa, percebe-se uma estátua, uma fonte, um espelho, sinos dos ventos, objetos orientais ou uma planta que as pessoas relacionam ao “Feng Shui”. É importante consignar que tudo isso tem seu valor (específico). Mas, em termos de energia (Qi), vocês acham que daria para serem comparados à “Grande Mãe Natureza”, ou seja, à energia Macro (emanada pelo Universo)?
No Feng Shui Clássico, os mestres de Feng Shui aperfeiçoaram seus estudos analisando montanhas, rios, lagos, morfologia de terrenos… em outras palavras, eles passaram séculos observando como a energia de cada parte dessa natureza poderia afetar o ser humano, tanto positiva quanto negativamente. Concordam, então, que “energia” é algo muito maior e de muito mais impacto do que determinados objetos ou plantas podem oferecer ou produzir concretamente?
No meu entendimento, principalmente no Ocidente, muitas crenças e superstições construíram uma imagem em torno do “Feng Shui” que mais prejudicou do que colaborou com esse ensinamento. Nota-se que de certa forma banalizaram essa ciência metafísica, transformando “tudo que remete a oriental” ou “quase tudo aquilo pode estar relacionado à energia” em Feng Shui.
Pois bem, de agora em diante, vamos deixar bem claro que Feng Shui é uma ciência empírica, baseada na observação de fatos e acontecimentos, na periodicidade dos eventos, nas alterações favoráveis ou desfavoráveis ocorridas a um local e às pessoas, ao longo do tempo, e que pode ser documentada para ser aplicada. Não é por acaso que essa “ciência”, hoje chamada Metafísica, possui cerca de 5000 anos de existência.
Como consultor de Feng Shui Clássico, mesmo numa época moderna, tenho o compromisso (quando requisitado) de encontrar (quando possível) o Qi que seja mais favorável e auxiliar o cliente a manter esse Qi circulando em seu ambiente.
David Wang Ho